O César trabalhava conosco plantando milho, era ele quem cavava e os outros iam colocando o milho.
Um dia meu pai disse: César, eu precisava fazer lingüiça amanhã, você vai lá no velho Bisi e fala com ele que eu vou matar um porco, pra ele me emprestar a máquina para fazer lingüiça.
Lá ele foi todo satisfeito, mas sabe porque? Lá tinha a Quitéria, a Mariquinha, a Gentila, tudo moça solteira, filhas do velho Bisi.
Mas o velho Bisi desconfiou do César: Foi o Eugênio quem mandou você aqui? Tá bom.
Pegou um monte de tijolos, colocou no saco com um nó para ele não ver o que tinha dentro e mandou ele levar.
- Mas isso é a máquina?
- Sim, a máquina está aí dentro.
O César apanhou o saco e foi embora carregando aquele peso todo. Chegando, meu pai disse: Já veio? Trouxe a máquina?
- Sim, está dentro do saco.
Quando abriu o saco era só tijolo!
- Ah, meu Deus, eu estava carregando esse monte de tijolos pesados nas costas! Ô coisa ruim!
Mas não adiantou nada porque o César continuou a ir na casa do velho Bisi para ver as moças.
Um dia as moças chamaram o César e deram uma lição nele.
- César, você vem aqui no domingo pra gente brincar no terreiro. Você vem?
- Sim, claro, eu venho.
No domingo, a brincadeira foi pular corda. As moças que batiam a corda.
- Vai César, você sabe pular corda?
- Sim, claro, eu sei.
Ele pulou, pulou, até ficar cansado, então pararam e deram um cafezinho enquanto descansava.
- César, nós gostamos dessa brincadeira e a gente vê que você sabe mesmo pular corda! Vamos brincar outra vez?
- Sim, claro, vamos.
E recomeçaram. As moças batiam a corda e o César pulava, pulava. Nesse dia o César chegou em casa com os pés doentes de tanto pular.
No outro dia:
- Eugênio, eu não vou conseguir trabalhar.
- Mas porque?
- Ontem na casa do Bisi, me fizeram pular tanta corda que meus pés estão machucados.
Ele ficou 3 dias sem trabalhar com os pés inchados!