Uma homenagem ao meu avô Anselmo

O baile era mais importante

22/05/2011 00:00

Naquele tempo poucas vezes se beijava a namorada, era difícil mesmo! Era sinal de respeito, mas tive uma namorada que eu não entendi.

Ela gostava de mim. Eu já tinha ido duas vezes à casa dela quando teve um baile e o seu pai a levou. Estávamos no baile e ela chegou na minha beira e falou assim:

“Sabe que eu estou achando que você está triste hoje, né Anselmo?”

“Não, eu não estou triste não”.

“Anselmo, você quer acabar o namoro comigo?”

“Eu não estou falando nada disso!”

“Quer saber de uma coisa! Vamos acabar com esse namoro!”

“Está bom, se você quiser acabar... você que sabe!”

E ela foi falar com o pai que estava no baile.

“Pai, sabe de uma coisa, eu vou acabar o namoro com o Anselmo.”

“Minha filha, mas por causa de que?”

“Pai, ele nunca deu um beijo em mim. Só quer saber de dançar e tocar e não fala nada comigo, parece que ele não gosta de mim. Eu coloco a mão na mesa e ele nem pega na minha mão, ele não faz nada!”

E ele respondeu:

“Se quiser acabar, você pode acabar, mas tem uma coisa: você acaba o namoro com ele e na mesma hora nós vamos embora para casa, você não fica mais nesse baile não.”

“Eu vou, eu vou embora então.”

E assim acabou o namoro, eu ia fazer o que? Ela queria acabar, né!

E eu... continuei no baile com o Luiz!