Uma homenagem ao meu avô Anselmo

Outro dia na roça

16/05/2011 00:01
Pra capinar o cafezal, era eu, meu pai e tinha um camarada que se chamava Antônio, era um mineiro que trabalhava pra danar!
 
Meu pai dizia: Antônio, vamos colocar o Anselmo no meio da carreira do café e você dá uma arrancada mais na frente, eu fico aqui e vamos subindo junto até lá em cima.
 
Eu chegava junto com o Antônio, pois ele era melhor e me ajudava.
 
Um dia, no meio da capina, o camarada deu vontade de cagar:Vocês continuam que eu vou por aí, pois eu vou cagar.
 
- Então vá, vá logo Antônio.
 
E ele foi... foi... foi muito longe. Demorou demais!
 
- Espia meu pai, ele foi lá fora!
 
- Deixa que eu vou ensinar a ele como é que é.
 
E quando ele chegou, meu pai disse: Ô, Antônio, você foi cagar?
 
- Fui.
 
- Mas onde você foi cagar?
 
- Ah, fui lá fora...
 
- Mas demorou muito!
 
- Ah, mas eu gosto é assim mesmo, seu Eugêncio! Esse negócio de ficar na beira, catinga né!
 
Meu pai deixou pra lá: Tá bom, tá bom!
 
Eu falei baixinho: Mas meu pai o que o senhor vai fazer?
 
- Fica quieto que você vai ver o que eu vou fazer!
 
E continuamos na capina, até que mais tarde meu pai falou: Eu vou cagar.
 
E cagou bem no meio da carreira onde capinávamos.
 
O Antônio: Mas que catinga danada que está aqui!
 
Meu pai: Antônio, passa a mão na enxada e continua capinando que não tem catinga não!
 
O Antônio ficou bravo e foi embora, e eu disse: Pai, acho que o camarada não volta mais.
 
-Volta sim, amanhã é outro dia.
 
O Antônio sempre foi bom camarada, era nosso empregado e almoçava na mesa junto com a gente. Começávamos o trabalho muito cedo e às 8 horas já tinha almoço.
 
Vamos almoçar! - E todos juntos comíamos tudo!
 
O Antônio comia rápido e meu pai sempre dizia: Sabe Antônio, pode ir devagar, não tem importância, pra comer não precisa pressa, agora pra trabalhar... tem que ser depressa!
 
Voltávamos para o cafezal e quando era mais ou menos meio dia minha mãe chamava pra comer de novo. Na mesa era feijão com toucinho e carne, e comíamos tudo outra vez. Voltávamos para o cafezal e às tres horas da tarde minha mãe chamava: O café está pronto.
 
Aí era bolo com café e ainda, às seis horas da tarde tinha o jantar. Precisávamos comer bem pra trabalhar daquele jeito!
 
Lembro-me de um camarada que comia demais, tudo que colocava no prato ele comia tudo e depois a minha mãe ainda colocava no prato dele um caneco de meio litro de leite com queijo e polenta, fazia aquele mingau e ele comia tudo.
 
O velho Domingos, meu avô, via aquilo e ficava admirado: Ô Eugênio, esse moleque come demais!
 
- Deixa pai, fica quieto porque ele é bom de serviço. Ele trabalha muito e precisa comer!
 
- Está certo, está certo.
 
Um dia nós capinamos subindo até o alto do morro e quando lá chagamos meu pai disse: Agora Antônio, você faz seu cigarro que eu vou acender meu cachimbo.
 
Depois de fumar, meu pai disse: Bom, vamos voltar a trabalhar! Vamos agora daqui pra baixo.
 
E o camarada: Assim não, eu gosto de começar lá embaixo.
 
Meu pai insistiu: Não, já que estamos aqui vamos de cima pra baixo, pois enquanto você desce nós já capinamos muito!
 
Mas ele não aceitou: Eu não tenho costume de capinar assim, eu vou começar lá embaixo, e já vou.
 
- Então vá, vá.
 
Assim eu e meu pai fomos capinando de cima pra baixo, mas era muito ruim, pois tínhamos que ficar de bunda pra cima e enxada pra baixo. Muito ruim! Mesmo assim eu não deixava de ficar junto com meu pai.
Pra capinar o cafezal, era eu, meu pai e tinha um camarada que se chamava Antônio, era um mineiro que trabalhava pra danar!
 
Meu pai dizia: Antônio, vamos colocar o Anselmo no meio da carreira do café e você dá uma arrancada mais na frente, eu fico aqui e vamos subindo junto até lá em cima.
 
Eu chegava junto com o Antônio, pois ele era melhor e me ajudava.
 
Um dia, no meio da capina, o camarada deu vontade de cagar:Vocês continuam que eu vou por aí, pois eu vou cagar.
 
- Então vá, vá logo Antônio.
 
E ele foi... foi... foi muito longe. Demorou demais!
 
- Espia meu pai, ele foi lá fora!
- Deixa que eu vou ensinar a ele como é que é.
 
E quando ele chegou, meu pai disse: Ô, Antônio, você foi cagar?
 
- Fui.
- Mas onde você foi cagar?
- Ah, fui lá fora...
- Mas demorou muito!
- Ah, mas eu gosto é assim mesmo, seu Eugêncio! Esse negócio de ficar na beira, catinga né!
 
Meu pai deixou pra lá: Tá bom, tá bom!
 
Eu falei baixinho: Mas meu pai o que o senhor vai fazer?
 
- Fica quieto que você vai ver o que eu vou fazer!
 
E continuamos na capina, até que mais tarde meu pai falou: Eu vou cagar.
 
E cagou bem no meio da carreira onde capinávamos.
 
O Antônio: Mas que catinga danada que está aqui!
 
Meu pai: Antônio, passa a mão na enxada e continua capinando que não tem catinga não!
 
O Antônio ficou bravo e foi embora, e eu disse: Pai, acho que o camarada não volta mais.
 
-Volta sim, amanhã é outro dia.
 
O Antônio sempre foi bom camarada, era nosso empregado e almoçava na mesa junto com a gente. Começávamos o trabalho muito cedo e às 8 horas já tinha almoço.
 
Vamos almoçar! - E todos juntos comíamos tudo!
 
O Antônio comia rápido e meu pai sempre dizia: Sabe Antônio, pode ir devagar, não tem importância, pra comer não precisa pressa, agora pra trabalhar... tem que ser depressa!
 
Voltávamos para o cafezal e quando era mais ou menos meio dia minha mãe chamava pra comer de novo. Na mesa era feijão com toucinho e carne, e comíamos tudo outra vez. Voltávamos para o cafezal e às tres horas da tarde minha mãe chamava: O café está pronto.
 
Aí era bolo com café e ainda, às seis horas da tarde tinha o jantar. Precisávamos comer bem pra trabalhar daquele jeito!
 
Lembro-me de um camarada que comia demais, tudo que colocava no prato ele comia tudo e depois a minha mãe ainda colocava no prato dele um caneco de meio litro de leite com queijo e polenta, fazia aquele mingau e ele comia tudo.
 
O velho Domingos, meu avô, via aquilo e ficava admirado: Ô Eugênio, esse moleque come demais!
 
- Deixa pai, fica quieto porque ele é bom de serviço. Ele trabalha muito e precisa comer!
- Está certo, está certo.
 
Um dia nós capinamos subindo até o alto do morro e quando lá chagamos meu pai disse: Agora Antônio, você faz seu cigarro que eu vou acender meu cachimbo.
 
Depois de fumar, meu pai disse: Bom, vamos voltar a trabalhar! Vamos agora daqui pra baixo.
 
E o camarada: Assim não, eu gosto de começar lá embaixo.
 
Meu pai insistiu: Não, já que estamos aqui vamos de cima pra baixo, pois enquanto você desce nós já capinamos muito!
 
Mas ele não aceitou: Eu não tenho costume de capinar assim, eu vou começar lá embaixo, e já vou.
 
- Então vá, vá.
 
Assim eu e meu pai fomos capinando de cima pra baixo, mas era muito ruim, pois tínhamos que ficar de bunda pra cima e enxada pra baixo. Muito ruim! Mesmo assim eu não deixava de ficar junto com meu pai.