Uma homenagem ao meu avô Anselmo

Uma surra daquelas!

20/05/2011 00:00

Na escola, o professor pediu: “Cada um de vocês, vê se trazem uma régua bonita de 1 metro”.

Assim ele sempre tinha uma vara.

Aí aconteceu um dia que um menino começou a cochichar na aula, e ele logo deu uma varada nele que o sangue veio saindo. Mas deu tanta raiva do professor e daquela vara que, quando o professor saiu, um de nós pegou a vara e disse: Essa vara não vale mais nada, vamos jogar fora!

E jogou a vara fora.

Mas o professor descobriu tudo: Quem foi que jogou a régua fora?

Para não apanhar, alguém entregou o coitado: Foi ele.

E o professor: Vai lá buscar agora!

O menino foi buscar a régua, mas coitado, ficou branco de medo! Ele só ficou de castigo no quadro, mas o outro, com o machucado na cabeça, foi ajudado pela mulher da casa ao lado que limpou o sangue, colocou remédio e disse ao professor:  Porque você faz isso?

Depois disso ele pensou....

Mas outro dia fui eu que apanhei.

Eu estava sozinho na beira da estrada, embaixo estava o Cesar Bisi e mais pra frente estava o pai dele tirando mato do pasto, então para brincar com ele, eu disse: Ô Cesar, eu vou jogar uma pedrinha, heim! 

Não, não faz isso não, Anselmo , pode me machucar. 

Mas a danada da pedrinha parecia uma lata, uma faísca. E vapt!! Joguei a pedra com a mão e... bateu bem na cabeça dele! Ai, quebrou a cabeça dele, eu não queria fazer isso!

O velho Bisi viu tudo. Levou o filho pra casa com a cabeça machucada e foi contar tudo para o meu pai. Depois meu pai me chamou: “Você fez isso mesmo Anselmo? 

Tentei me explicar: Meu pai, eu não esperava que isso fosse acontecer, ela foi igual uma lata na pontinha da cabeça dele.

Ele passou a mão em um cabresto e me deu aquela surra! Vapt... vapt... vapt...

O velho Bisi voltou lá em casa pra saber: Voce deu uma surra nele, Eugênio ? 

Sim, tanta que a mãe precisou passar água e sal.

Mas não acabou aí, ele ainda contou para o professor.

Ô Anselmo, você fez isso?

Tentei novamente me explicar: Professor, eu nunca esperava!

Então Anselmo, vai ficar aí de pé com as mãos pra cima, se abaixar a mão dou uma varada em você!

Quando eu não agüentava mais e quase abaixava a mão ele me olhava e dizia: Eu dou uma varada...

Até que ele me tirou dali e me levou para outra sala de castigo, mandou todos os outros alunos embora e disse que eu só iria embora depois que todos já tivessem em casa. Depois tive que ir pra casa sozinho.